Estrategista financeiro reitera que alguns pontos podem ser alterados na proposta inicial do governo, por isso, os investidores devem tomar cuidado para não tomar decisões precipitadas neste momento. Sem contar que haverá tempo de adaptação até vigorarem as novas regras

??A Reforma Tributária pegou alguns investidores de surpresa, colocando em dúvida as decisões financeiras neste momento de incertezas. O estrategista financeiro Francisco Levy acredita ser prematuro tomar decisões de investimento com base na proposta inicial do governo, que está em discussão no Congresso Nacional, já que muitos pontos podem ser alterados.

Na proposta da Reforma Tributária, o ganho de capital na renda variável terá uma alíquota de 15%, e a apuração do imposto passa a ser trimestral, e não mais mensal, enquanto que os dividendos terão uma alíquota de 20%. As operações em mercados à vista, aquelas em que as negociações são realizadas e liquidadas à vista, e o Day Trade terão uma alíquota de 15%. Já os  instrumentos de renda fixa, como Tesouro Direto, Letras Financeiras, Certificado de Depósito Bancário – CDB, Certificado de Recebíveis Imobiliários – CRI e debêntures, serão tributados em 15%, independente do prazo.

Já para os fundos imobiliários, a Reforma propõe o fim da isenção na distribuição de rendimento e mantém a incidência de tributação sobre a amortização e alienação de cotas. Aparentemente já existe uma pressão para que seja eliminada a tributação sobre a distribuição  e rumores indicam  que o governo tende a aceitar.

Os fundos abertos, quando os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas a qualquer momento, sofrerão 15% de tributação sobre seus rendimentos considerados distribuídos, ou seja, extingue-se a tabela regressiva. Outra mudança é o fim de come-cotas em maio para fundos abertos, mantendo apenas o de novembro. Já os fundos fechados, quando as cotas somente são resgatadas ao término do prazo de duração do fundo, também terão uma tributação de 15% e mantêm as mesmas regras para os come-cotas

O especialista alerta aos investidores para que se mantenham atualizados quanto às discussões e as evoluções das mudanças na tributação e sugere cautela e evitar precipitações nas suas decisões, pois muita coisa pode ser ainda negociada. E reforça a existência do princípio tributário da anualidade, o que permite ao investidor um tempo para observar a evolução das negociações entre o Governo e o Legislativo.  “Diante das mudanças apresentadas pelo governo, os investidores precisam aguardar o Congresso e manter  a calma para tomar a melhor decisão tempestivamentel”, comenta Levy.

Francisco José Levy é especialista em planejamento financeiro e diretor da Allea WM. Tem mais de 25 anos de experiência em investimentos através de funções executivas em Bancos e Assets, atuando em tesourarias, gestoras e private/wealth management. Recentemente fundou a Allea WM para colocar a experiência adquirida à disposição de famílias e clientes que buscam soluções patrimoniais, de planejamento financeiro ou de investimentos de maneira isenta e profissional.

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