Sucessão em empresas familiares : Uma questão de tempo e planejamento
Sabemos que um(a) fundador(a) não são eternos, e também não é fácil saber a hora certa de passar o bastão nos negócios familiares. E, em alguns casos, o desafio é também para quem passar, uma vez que ninguém se habilita ou não existem pessoas preparadas para tal e talvez quem se habilita não está preparado. Ajuda de profissionais especializados em sucessão e gestão de negócios pode ser fundamental neste processo
Uma das maiores dores de uma empresa familiar, independentemente do porte do negócio, é fazer um processo sucessório capaz de manter inteiros, ao mesmo tempo, o empreendimento e a família. Interesses diversos, falta de preparo para assumir o negócio ou até mesmo dificuldade de passar o bastão podem criar dramas tão grandes que destroem a família ou ou negócio. Em alguns casos, ambos.
A ajuda de profissionais especializados, com sensibilidade para entrar em cena e de fato promover a sucessão com o cuidado e a atenção que requer pode ser fundamental. “Nestes casos, sempre trabalhamos em duas etapas, em um primeiro momento temos que entender o cenário, conhecer a família, o negócios e as pessoas envolvidas. Só depois disso é que podemos começar o processo”, explica Geovana Donella, Conselheira de Administração de várias empresas familiares e especialista em Governança Corporativa. Geovana auxilia várias empresas a realizar o processo de sucessão.
Para ela, o principal desafio é ganhar a confiança da família. Só assim existe abertura suficiente para compreender os conflitos, as mágoas, as frustrações e anseios e propor uma saída que garanta prosperidade ao negócio, ao mesmo tempo que permita a família viver em paz e harmonia.
“Nos dias de hoje, vemos muitas famílias querendo passar o controle para os filhos, mas não encontram herdeiros preparados de fato para assumir. Por falta de capacitação técnica, muitas vezes”, explica Geovana. Em outros casos, fundadores de empresas que não confiam em ninguém além de si mesmos e demoram muito a fazer a transição, prejudicando a empresa e a si mesmos, muitas vezes. Outro caso comum é o temor da administração profissionalizada. “Os herdeiros não querem deixar a empresa porque vivem daquele salário, não teriam outra fonte de renda se fossem substituídos por gestores profissionais.”
De acordo com Geovana, quanto mais rápido o fundador(a) ou fundadora (a) iniciarem esse processo, com planejamento mais se obtém os resultados que os próprios fundadores querem. “Eles podem participar de todo o processo e determinarem quando irão sair da gestão e ir para conselho e ou determinar o prazo que ainda querem continuar e até ajudar e ser a base para a sucessão.”
Geovana Donella é conselheira de administração em diversas empresas familiares, entre elas Merheje, SUHAI Seguros, Grupo QG, Centro Oncológico de Niterói (CON) e Verbo Comunicação, onde é Presidente do Conselho Consultivo. Geovana é especialista em Governança Corporativa e Gestão de Empresas, atuou como Presidente do Cel Lep, como COO (Chief Operating Officer) do Grupo Multi Holding (atual Pearson) e Superintendente da Alcoa Alumínio. É mentora da Exame PME e Mentora da Liga Empreendedores Insper. Atualmente, é membro da Comissão de Conselhos de Administração do Instituto de Governança Corporativa – IBGC, e professora convidada de Governança Corporativa e Compliance em vários MBA’s no Brasil. Geovana é bacharel e licenciada em Matemática, pós-graduada em Administração Industrial pela POLI-USP, tem MBA em Gestão de Franquias pela FIA e Conselheira de Administração pelo IBGC.
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