Companhias aéreas, DECEA e GRU assinam acordo de cooperação na manhã de hoje (24.11)
A implantação de uma metodologia colaborativa vai aumentar a produtividade no Aeroporto Internacional de Guarulhos, melhorar a qualidade dos serviços prestados aos passageiros e reduzir a queima de combustível. Projeto deve ser ampliado para mais 16 aeroportos
Um acordo de cooperação operacional foi assinado na manhã de hoje (24.11) em Guarulhos, envolvendo o DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), GRU Airport e todas as companhias aéreas que operam no Aeroporto Internacional de Guarulhos. “A implementação de uma metodologia colaborativa é um marco para o país. Vamos trazer o máximo e rendimento ao nosso trabalho com a melhoria do serviço para o usuário final, que é o passageiro”, disse Marcos Abreu, o gerente do programa A-CDM no Brasil.
A-CDM é a sigla em inglês para “Aeroporto – Tomada de Decisão Colaborativa”, um programa começará a ser implantado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, nos próximos 36 meses, de 2017 a 2020, e será estendido para mais 16 aeroportos em todo país, de maior porte. Os aeroportos menores vão receber uma torre integrada para se beneficiar das vantagens da decisão colaborativa.
A decisão colaborativa tem como principal objetivo melhorar o desempenho da gestão da operacionalidade nos aeroportos, por intermédio da troca de informações precisas entre os parceiros participantes do projeto, permitindo uma tomada de decisão assertiva. A iniciativa envolve a administradora do aeroporto, GRU Airport, companhias aéreas e empresas auxiliares, entre outros. O projeto como um todo tem como principal apoiador o DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo).
“Fizemos um projeto piloto com a Gol e foi um sucesso com uma série de resultados auferidos. Esperamos agora que todo o setor se mobilize porque precisamos nos preparar para o crescimento da indústria, e só projetos como este nos permitem ganho de produtividade no curto prazo”, disse Gustavo Figueiredo, presidente de GRU Airport.
Os conceitos norteadores do Projeto de A-CDM foram construídos pela EUROCONTROL, European Organization for the Safety of Air Navigation, e busca, como principal objetivo, melhorar o processo de turnaround das aeronaves (tempo de permanência no solo entre o pouso até a nova decolagem), otimizando, assim, o uso da infraestrutura e dos recursos humanos e financeiros, que envolvem a operação tanto na fase terrestre quanto na aérea. Os benefícios do projeto visam reduzir os atrasos e melhorar a pontualidade, assim como levar ao aperfeiçoamento da aderência aos slots (alocação programada de hora e lugar para uma aeronave decolar ou pousar, autorizado por uma autoridade do aeroporto ou de tráfego aéreo) e à identificação precoce de problemas.
A primeira fase do projeto começa em março e o Marcos Abreu, o gerente do programa A-CDM no Brasil, acredita que em 18 meses o programa já estará na plenitude. “Entre os ganhos ambientais, podemos citar a redução da queima de combustível.” A meta é que cada aeronave queime 5 minutos a menos de combustível só na decolagem, com o equacionamento das operações conjuntamente. “Em um Boeing 737, isso representa 350 quilos de combustível a menos, se levarmos em conta a média de 1.500 decolagens em média por dia, estamos falando em toneladas”, explica Abreu.
Para Ricardo Miguel, presidente da ABESATA (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo), trata-se de um momento histórico na aviação civil brasileira, com a adoção de um dos conceitos mais modernos e mais usados no mundo. O ganho para todos os envolvidos é muito significativo, não só em segurança operacional, mas também em vantagem competitiva. “Para as empresas auxiliares, por exemplo, ter informações antecipadas dos parceiros sobre voos em atraso, situações anormais, permitirá a manter uma operação muito mais eficiente em solo.”
Em todo Brasil, existem hoje 122 ESATAS (Empresas Auxiliares do Transporte Aéreo) e juntas geram 31.800 empregos diretos. Em todo mundo, 50% dos serviços auxiliares do transporte aéreo são realizados por empresas especializadas. No Brasil, ainda estamos em 30%. Mais informações em www.abesata.org
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