Portabilidade de contratos vira nicho de negócio para empresas
Com a queda dos juros, renegociar uma dívida, transferindo o valor devido a outra instituição financeira sempre vai representar um ganho para o cliente. Especialmente em tempos de endividamento elevados das famílias. Empresas de correspondentes nos país (também conhecidos como correspondentes bancários) investem neste nicho e algumas atuam já exclusivamente com portabilidade
De olho no grande número de pessoas que fez empréstimo bancário nos últimos anos, muitos correspondentes encontraram um bom nicho de atuação, a portabilidade de contratos de financiamento. Com a queda dos juros, inevitavelmente os valores das parcelas de contratos em vigor podem ser reduzidas se forem renegociadas com as taxas atuais.
“Um empréstimos feito com uma taxa de 3% ao mês para ser pago em 48 vezes com certeza terá o valor da parcela menor se for renegociado com outra instituição financeira e transferido a uma taxa de 1,99% ou 2%”, disse Ailton Júnior, da JR Financeira, uma empresa que só trabalha com portabilidade de contratos no Rio Grande do Norte.
Um levantamento feito pelo Banco Central mostra que a portabilidade, a chamada transferência de um empréstimo de um banco para outro, cresceu quase 100% no ano passado e segue em expansão em 2018. Até maio, o crescimento já era de 59,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A maior parte dos pedidos de portabilidade se refere a empréstimos de crédito consignado, com desconto direto na folha de pagamento ou no benefício do aposentado.
“A portabilidade é um instrumento muito importante para o consumidor, pois permite que ele renegocie sua dívida e pague juros menores. Não fica preso ao contrato firmado e nem tão pouco à instituição financeira que concedeu o crédito”, disse Edison Costa, presidente da Aneps/Sindaneps (Associação e Sindicato Nacional das Empresas Promotoras de Crédito e Correspondentes no País). Tanto assim, que muitas empresas associadas à Aneps se especializaram neste negócio e trabalham somente com portabilidade em várias partes do país.
Na visão do executivo, a tendência é de que este segmento registre uma expansão ainda maior porque as pessoas não sabem que podem fazer portabilidade da dívida e pagar menos. “Não imaginam que o processo possa ser simples e ainda garantir um alívio para o bolso de quem está endividado.”
Em todo o Brasil, são mais de 374 mil pontos de atendimento que oferecem serviços financeiros, fora das agências bancárias, como terceirizados. Nestes locais, especialmente em cidades menores, as pessoas pagam contas, remetem dinheiro para outras pessoas e contratam empréstimos pessoais, imobiliários, financiamentos para compra de carros, entre outros, incluindo os empréstimos consignados para aposentados.
Saiba mais sobre a Aneps/Sindaneps (Associação e Sindicato Nacional das Empresas Promotoras de Crédito e Correspondentes no País)
As empresas promotoras de crédito e correspondentes atuam de forma independente como terceirizadas para financiadores ou credores, ou seja, prestam serviços financeiros fora das agências. Estes profissionais realizam recebimentos de pequenas contas, como água, luz, telefone entre outros, e pagamento de 57% dos benefícios sociais, como aposentadoria e Bolsa Família. Segundo o site do Banco Central do Brasil, são mais de 374 mil postos de atendimento ao consumidor. Um segmento econômico que gera cerca de 1,7 milhão de postos de trabalho. A Aneps foi criada em 2001 para representar os interesses dessas empresas e obter o reconhecimento como categoria importante na cadeia produtiva. Para mais informações, acesse www.aneps.org.br.
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